sexta-feira, 31 de julho de 2020

Me arrumando


Tenho sonhado com guerra. Eu um soldado, com fuzil, metralhadora. O inconsciente da gente abriga desejos. A guerra que travo é contra mim mesmo, contra a desordem, contra o mal feito, contra o erro. Luto comigo porque o inimigo aqui se esconde. O inimigo é aquele que é contra o meu bem e minha felicidade. Ele não chega a ser totalmente ruim pois é o inimigo que nos afia como a pedra de amolar afia a lâmina. Como o obstáculo que nos faz treinar pra superá-lo. O inimigo tem uma função e é necessária. Além do inimigo, há resíduos, cenas cortadas , compiladas num canto do cérebro, de vez em quando entrando no foco da consciência, como distração. Há uma guerra. Entre luz e treva. Entre saúde e doença. Entre amor e ódio. Há todo um territória a ser apaziguado. Mas é preciso enfrentar inimigos. Inimigos que foram amigos e participaram das decisões da mente e que acabou comprometendo-a. Toda mente adulta precisa ser curada. A doença mental sempre existe, mas o grau varia do normal à loucura. Que se observou bem já reparou no louco tagarela que vaga espalhando confusão e desordem. Muito tempo dispendemos pra colocar em ordem os negócios, as contas. Mas o que realmente é o ponto central, o amago de nós, acaba sendo negligenciado. A história de uma pessoa pode ser tão cheia de atividade que ele não tem tempo pra ser humana, parar, meditar. Não há uma pessoa que não careça de correção. E como cada um é cada um isso é tão pessoal. Não se trata de se corrigir pra estar em conformidade com a sociedade, mas se corrigir pra ser uma potencia da natureza. Encontrar a verdadeira força, a sabedoria de perder todas as coisas que se tem e continuar firme.

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