A Graça

A graça é engraçada. Cheia de graça, devia ser de graça. Mas a desgraça, que nada é de graça. A graça custa dinheiro. Se você for atrás da graça divina nas religiões, verá que participar do clube custará 10 % do seu salário. A religião cristã ao longo dos séculos vem acumulando tesouros justamente pela graça, que é então negociada em troca de consciências tranquilas e pedidos atendidos. Mas todo a religião custa porque tem um lado material. Ela tem seus profissionais, seus prédios e seus custos. Até mesmo religiões que vem da selva, dos africanos, dos índios, tudo virou comercio. Eu tomei ayahuasca por 10 reais e tem gente oferecendo a 1500 reais! Pra saber seu orixá você tem que pagar. Foda-se então. Não pago pra saber meu orixá, porque sou eu quem escolhe as coisas e se eu tiver que ter um orixá será o que eu decidir. Mas eu não quero nada. Santos que conheceram a graça são o retrato da desgraça humana. Dor e sofrimento. Negação da vida. Muitos não pagam igrejas mas pagam psicólogos e psiquiatras. Porque a graça, que Deus nos deu, pode ser uma bomba. Viver pode ser maravilhoso e pode ser um inferno de sofrimentos. Nalguma hora o barquinho vai balançar. Aquele que não tem firmeza vai correr pra algum lado. Tem religião e tem drogas. Tudo protege a mente da realidade. E esse é o ponto: quando a realidade é tal que nos enlouquece ou fragiliza é sinal que nossa mente é inadequada para a vida que leva. Por que a vida que levamos é uma vida que nos leva. Nos impõe necessidade e nos apresenta as soluções que darão algum Lucro a alguém. criam uma necessidade e tiram proveito. Assim é o mundo.

Eu não tenho religião e falo diretamente com Deus, do meu jeito, como eu sou. Eu optei por ser rebelde e não me amarrar a nada. A graça quando vier será de graça. E se não vier, acharei graça e rirei da desgraça.

Crucifixo

Crucifixos eram considerados coisas vergonhosas a uns 1000 anos atrás. Porque havia alguma humilhação em mostrar Jesus no seu pior momento, rendido, todo fodido.

Mas ao se perceber que as pessoas tinham algum gosto mórbido pela execução de uma pessoa especial, os crucifixos foram entrando na moda. Uma época em que as sombras cobriam as consciências, as pessoas sofredoras se identificavam muito com o sofrimento de Jesus. O sofrimento extremo se tornou um apelo muito poderoso.

O Mel Gibson bateu o recorde em exploração da violência e sofrimento na sua Paixão de Cristo.

Mas note que Jesus veio com uma proposta de aliviar o sofrimento. O amor como um balsamo para as agruras da vida.

A crucificação representa não a nobreza dos sentimentos de Jesus que deu a vida pra nos salvar. Porque isso nunca aconteceu. Ele foi capturado e assassinado pelo estado romano, com o apoio do sumo sacerdote judeu e sua turma.

Eu abordo esse assunto da seguinte forma: Jesus, na sua psicologia, estava tão avante do seu tempo, que não se encaixava naquele mundo e era de certa forma um subversivo. Ele veio com uma boa nova que não interessava a quem estava no poder. Os pobres e oprimidos nunca tiveram muita consideração. Jesus era perigoso para o sistema. Por isso foi morto.

E Deus não fez nada porque Deus nunca faz nada. Ele fez tudo e colocou pra rodar. Se Deus interferisse em alguma coisa ele estaria quebrando uma lei sagrada pra nós que é o Livre arbítrio.

Assim, Jesus morreu em consequência das coisas que andava fazendo. Bater nos vendilhões do templo foi a gota dágua.

Sim, Jesus não era perfeito e errou. Bateu em pessoas que estavam ganhando a vida vendendo coisas no templo(o que era permitido pelas autoridades do templo). Jesus foi violento e não tinha o direito de bater nas pessoas, por piores que fossem. Violência gera violência. Jesus cutucou o tigre com vara curta e levou uma peia que doi em muita gente até hoje.

O que mais me fascina em Jesus que ele não era um Deus, mas um ser Humano que nasceu de uma mulher e de um homem. Foi um dos melhores seres humanos que já existiram, que se tenha notícia. O fato de Jesus ser humano e ter sido tão sábio e amoroso nos dá muita esperança. Ao invés de ficar mendigando para ele,como doentes incapazes, sigamos seu exemplo!

O prazer de fazer

 Tô aprendendo coisas importantes. Uma delas é colocar minha energia nas coisas que me dão energia, ou seja, fazer o que eu quero. Fazer aquilo que tenho vontade é fazer com mais força, com mais dedicação. Muitas vezes a coisa fica entre o dever e o desejo. Cada caso é um caso. Mas em termos de trabalho, fazer primeiros as coisas que fluem é fazer as coisas de maneira mais feliz. Algumas coisas são mais truncadas e difíceis, isso porque ainda precisam amadurecer na ideia. Essas ficam pra depois. Me pergunto se são procrastinações, ou é como quem coloca a massa do pão pra crescer, ou ainda quem planta e espera colher.

Muitas vezes se leva meses pra fazer uma coisa que na prática não passaria de um dia...Mas é o tempo do desenvolvimento. Tudo é gestado. Fazer é como parir. É tirar das entranhas. Fazer o que se tem vontade é tão importante como saber dizer não.

Como aprendi sobre sexo.

 Voltando pra casa, caminhando os dois quilômetros de estrada de terra, divaguei...E não sei porque brotou da minha mente uma lembrança de quando eu tinha uns 10 anos de idade. Meu tio chamou eu e os primos pra explicar o que era sexo. Ele não gastou mais que duas frases .Mais direto impossível. Ele disse.

Pega o p...e enfia na B...da mulher.

Nossa, aquilo foi chocante. Nojento. Repugnante. Ficamos todos estarrecidos, incrédulos...Meu primo enfim teve coragem e perguntou:

"Mas e se eu quiser mijar na hora?!"

O tio berrou:

"Não vai querer mijar, CARALHO!!!