domingo, 2 de junho de 2019

Me aprontando pra morrer.

Eu me apronto pra morrer. Posso até estar meio atrasado e isso pode ser algo mais urgente do que eu penso. Não tenho nenhum sinal ou aviso que eu vá morrer logo, mas a possibilidade é bem concreta. Já vi isso acontecendo. A pessoa tá viva, a pessoa morreu. A morte pode vir como uma surpresa. Não quero ser pego desprevenido. Não quero ser levado e deixar atrás de mim alguma desordem. Quero me preparar pro evento que é tão importante na vida. Preciso me limpar. Preciso varrer meus pensamentos. Preciso colocar um porteiro na minha mente, deixando entrar o que é claro, e expulsando o que é inútil e lixo mental. Preciso me reconciliar com todos, pelo menos da minha parte perdoar. E preciso me perdoar, ao rever dias e caminhos e dando a tudo uma solução no coração. Não que eu já queira morrer, eu quero fazer tantas coisas...Não se trata de arrumar as malas pra partir. Não há malas pra levar. Eu sei que vou completamente nu. Daqui não levo nada. Nem sei se minha individualidade me acompanha ou se é mais uma bagagem que me é arrancada. Que Deus saiba. E se Deus não existir e nem souber, Portanto, tudo será incrivelmente simples o final será tão abrupto como o de uma bolha de sabão. Mas na dúvida sinto que tenho que fazer a minha parte. Largar a ilusão. Estar num mundo e numa realidade tal e qual ela se apresenta. O fato de sabermos que vamos morrer é algo muito bom, um grande incentivo pra gente se purificar e expurgarmos tudo aquilo que temos mais que não somos. E no final, me arrumar pra morrer, não significa o que eu levo daqui, mas o que eu deixo. A vida pode mesmo ser breve e a eternidade um bastão que passamos pra posteridade.

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