domingo, 12 de abril de 2020

Distanciamento social.

Distanciamento social. Eu amo isso. Vou adotar essa prática pro resto da minha vida. Curioso como com o tempo a gente vai perdendo o interesse nas pessoas, principalmente quando parece não terem nada a me ensinar. Com a idade eu pelo menos só me interesso por gente superior, escritores, compositores, filósofos, e artistas em geral. O povo me irrita. A gente simples tem me causado piedade. Estou me distanciando do mundo e cada vez estou mais sozinho. Ninguém me liga, ninguém me visita. Eu fui esquecido. Obrigado, obrigado. Ando muito ocupado pro drama comum da grande família humana. É que o meu tempo tá passando. Eu a cada dia dou um passo em direção a morte. Percebi que só quero me alimentar do que tem de melhor. Não preciso nem de abraços nem de beijos, eu preciso apenas de coisas que façam minha mente se empolgar, que me faça aprender melhor, conhecer o novo e entender mais a mim mesmo. Eu andava no mundo, mas agora me recolhi. Me esvazio de toda carência, dou adeus as ilusões. Dou as mãos pra mim mesmo. Entro num mundo que é só meu. Um mundo silencioso e rico, onde incubo planos ambiciosos, de transcender o humano em mim, de dar um fruto maior e mais doce. Mas é o caminho difícil. E quando a gente se sente forte só o caminho difícil e estreito parecem compensar. É assim que eu nego para doar.

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