quinta-feira, 23 de maio de 2019

trocando a pele da alma

Todo santo dia acordamos e continuamos a vida, vestindo os mesmo traje de personalidade como nos conhecemos e como nos conhecem os outros. O modo como somos é na pratica o que aparentamos ser. Mas carregamos coisas inúteis e nocivas, porque estamos acostumados a reagir ao mundo de determinada forma. Estamos vestidos da nossa personalidade e ela é uma reação e uma defesa em termos de relações com os outros. 
É muito sutil e raro percebermos que não somos o que parecemos ser. Deus não fez as pessoas de determinado modo. Mas nos construímos agindo e reagindo.
Nosso ser acumula confusão e tristezas, como se fossemos um bonde de sofrimentos, porque nos iludimos e nos apegamos demais a ideia que temos de nós mesmos. E somos incapazes, na maioria, de tirar esse traje e vestir outro, porque achamos que o traje é nossa própria pele, nosso eu.
Mas somos na verdade como o barro mole. Sempre podemos nos moldar. Sempre podemos nos despir e tentar um novo modo de viver. Se não reconhecemos essa perspectiva estamos sujeitos a naufragar junto com nossa fantasia de nós mesmo.
Aquele que medita cedo percebe que lá no fundo não há nada. Há um silencioso vazio. Como um vaso. Um recipiente.
Eu por exemplo tinha muita raiva da minha vizinha. Incorporei isso. Mas isso é uma poluição. Não preciso me contaminar tendo raiva de ninguém. Se tenho raiva do PT, me sujei com isso e carrego um peso extra, totalmente desnecessário. A raiva e o ódio muitas vezes tem a ver com o nosso senso moral e vivemos a julgar tudo e todos. Mas aquele que realmente está a nosso alcance e que é de fato da nossa responsabilidade as vezes é deixado de lado, pois é como algo que está ali, posto e imutável. Mas a verdade que não somos o que somos mas apresentamos esse aspecto que é um acidente de percurso.
Assim, o melhor é estar livre. Se observar pra ir se livrando de coisas que são bagagens inúteis e que estão dificultando que o melhor da vida se apresente para nós. Deus não nos fez, Deus nos deu pra nós mesmo e somos nós que nos fazemos. Podemos ser como uma obra de arte e podemos ser nossa própria desgraça. As coisas nunca são culpa dos outros. O melhor que fazemos na nossa vida é sermos responsáveis pela nossa vida e nos construirmos. E bem construídos, cheios de luz, ajudar os outros.

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